Lula critica Eduardo Bolsonaro e o chama de traidor da pátria durante reunião ministerial no Planalto
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensificou nesta terça-feira (26) suas críticas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), qualificando-o como “um traidor da pátria” e afirmando que ele deveria ter sido expulso da Câmara dos Deputados “há muito tempo”. A declaração foi feita durante uma reunião com os 38 ministros de seu governo, no Palácio do Planalto, em Brasília.
Entenda o caso
No encontro ministerial, a pauta principal foi avaliar o andamento de projetos e planejar as entregas da gestão no período que antecede as eleições de 2026. Entre as prioridades discutidas estavam a proposta que isenta do Imposto de Renda trabalhadores que ganham até R$ 5 mil e o avanço das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Além dessas pautas, Lula aproveitou para criticar o comportamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de seu filho Eduardo, afirmando que representam “uma das maiores traições que a pátria já sofreu”. O presidente acusou o parlamentar de trabalhar contra os interesses nacionais e disse que Eduardo Bolsonaro “está insuflando outro Estado contra o Brasil”. Ele também declarou:
Se gostássemos de imperador, o Brasil seria uma monarquia ainda. Queremos o Brasil republicano.
Lei Magnitsky
Lula ainda se posicionou sobre declarações recentes do presidente dos EUA, Donald Trump, que ameaçou países que desafiem o domínio de empresas de tecnologia estadunidenses. O presidente afirmou que “Trump ameaça qualquer país” e que quem quiser entrar no espaço aéreo ou marítimo brasileiro deve respeitar as legislações nacionais. Segundo ele, o Brasil está disposto a negociar em pé de igualdade em qualquer mesa internacional, mas não aceitará ser tratado como submisso.
A tensão entre Brasil e Estados Unidos aumentou recentemente após o governo Trump aplicar a Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, promovendo restrições financeiras ao magistrado. Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, foi acusado de apoiar as sanções impostas pelos EUA. O governo brasileiro qualificou a revogação dos vistos como “ingerência inaceitável” e anunciou possíveis medidas de retaliação, incluindo investigações por meio da Organização Mundial do Comércio ou tarifas equivalentes.
Lula também prestou apoio ao ministro da Justiça, Flávio Dino, que teve seu visto suspenso pelos EUA, chamando a medida de “vergonhosa e inaceitável”. O presidente afirmou que o ministro deve ter orgulho de sua postura e reforçou que o governo continuará defendendo a soberania nacional frente a pressões externas.
Em meio a esse cenário, o governo Lula busca fortalecer sua base política interna para enfrentar os desafios que se aproximam, especialmente com as eleições presidenciais de 2026.
Fonte: Brasil 247