O avanço da tecnologia trouxe comodidade, mas também abriu novas brechas para crimes virtuais. Em Picos, segundo o comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar, tenente coronel Felipe Oliveira, o número de tentativas de estelionato digital tem crescido, exigindo atenção redobrada da população.

Apesar disso, o tenente coronel tranquiliza os moradores. “Esse ano estamos com números recordes de não-violência aqui na cidade”, afirmou. “A Secretaria de Segurança, a Polícia Militar, a Polícia Civil e nossas inteligências têm trabalhado muito para isso”.

Golpes via aplicativos

O comandante explica que muitos golpes são operados por pessoas que cumprem pena em estabelecimentos penais. Utilizando dados acessíveis em redes sociais, aplicativos de mensagens como WhatsApp e bases comerciais públicas, os golpistas conseguem dados pessoais de cidadãos.

“Hoje em dia, a criminalidade migrou para dentro das redes sociais e aplicativos de mensagens, como o WhatsApp. Os dados dos cidadãos estão facilmente disponíveis para consulta — até por meio de credenciamentos junto ao Serasa ou compras em lojas com crediário”.

Segundo Feliupe Oliveira, esses criminosos utilizam essas informações para ameaçar vítimas com supostos conhecimentos da rotina familiar.

B.O Fácil: ferramenta segura e acessível

Para ampliar o acesso da população à denúncia de crimes virtuais, a Secretaria de Segurança lançou o B.O Fácil, um serviço gratuito de registro de boletim de ocorrência via WhatsApp. O número disponibilizado é 0800 086 0190, associado ao COPOM.

“Você adiciona esse número aos seus contatos e pode registrar o fato com uma mensagem — até por áudio. É um serviço fantástico que facilita o acesso à segurança pública”.

O sistema foi desenvolvido para ser simples, inclusivo e rápido, permitindo que até pessoas com dificuldade de leitura, ou crianças, possam fazer relatos iniciais que depois serão verificados pela Polícia.

Orientações e medidas futuras

O comandante ressalta a importância de agir com cautela ao receber mensagens suspeitas e alerta:
“Não se precipite. Muitas vítimas caem no golpe porque se assustam com ameaças, quando na verdade os dados usados já são publicamente acessíveis”.

Além disso, estudos estão sendo realizados para oferecer novas formas de apoio às vítimas de estelionato, inclusive por meio de contato direto com o Banco Central e outros órgãos reguladores.

CONFIRA A ENTREVISTA COM FELIPE OLIVEIRA