Foto: Ascom/Receita Federal

Postos de combustíveis do Piauí e de outros nove estados estariam envolvidos em um esquema de lavagem de dinheiro para o PCC (Primeiro Comando da Capital). De acordo com a Receita Federal, que deflagrou uma megaoperação nesta quinta-feira (28), mais de mil estabelecimentos em todo o país recebiam dinheiro em espécie ou via maquininhas de cartão e transferiam os recursos para a organização criminosa por meio de suas contas bancárias.
Há indícios de que as lojas de conveniência e as administradoras desses postos, além de padarias, também participavam do esquema. A estimativa é que entre 2020 e 2024, o esquema envolvendo os postos de combustíveis tenha movimentado cerca de R$ 52 bilhões, com recolhimento de tributos muito baixo e incompatível com suas atividades. Os postos já foram autuados pela Receita Federal em mais de R$ 891 milhões.
Foto: Ascom/Receita Federal

Além disso, os auditores-fiscais da Receita Federal também identificaram postos de combustíveis que não tiveram qualquer movimentação entre 2020 e 2024, mas, mesmo assim, foram destinatários de mais de R$ 2 bilhões em notas fiscais de combustíveis. Possivelmente, essas aquisições simuladas serviram para ocultar o trânsito de valores ilícitos depositados nas distribuidoras vinculadas à organização criminosa.
Os valores eram inseridos no sistema financeiro por meio de fintechs de pagamento, empresas que utilizam tecnologia para oferecer serviços financeiros digitais. A Receita Federal identificou que uma dessas instituições atuava como “banco paralelo” do PCC, tendo movimentado mais de R$ 46 bilhões de 2020 a 2024. As mesmas pessoas controlavam outras instituições de pagamento menores, usadas para criar uma dupla camada de ocultação.