Foto: Tarcio Cruz / Cidadeverde.com
A Ordem dos Advogados Seccional Piauí solicitou a Polícia Militar do Piauí informações oficiais sobre o advogado da vereadora Tatiana Medeiros que teria favorecido a entrada de celular e tablet dentro da sala de estado-maior, onde a parlamentar está confinada desde o dia 3 de abril.
Os objetos foram encontrados na terça-feira (20), e segundo a PM, a vereadora afirmou que os objetos foram entregues por um advogado.
A OAB informou caso confirmada a participação de advogado regularmente inscrito, adotará as providências cabíveis.(Confira a nota completa no final da matéria)
"A OAB/PI esclarece que a Sala de Estado-Maior é uma garantia legal da advocacia, mas não constitui abrigo para práticas que contrariem a ética ou a legalidade. Após o recebimento das informações, caso confirmada a participação de advogado regularmente inscrito, a OAB/PI adotará as providências cabíveis no âmbito ético-disciplinar", informou.
Defesa se manifestou
Ainda na terça-feira, a defesa da vereadora se manifestou sobre o caso, e afirmou que desconhece qualquer favorecimento na entrada dos aparelhos.
"Os equipamentos eletrônicos, (tablete e celular), ainda dependem do auto de apreensão e pelo que tomamos conhecimento não possuem qualquer condição de comunicação com o ambiente externo, (eram desprovidos de chips e internet), ressaltamos ainda que a defesa desconhece qualquer favorecimento da entrada dos mesmos, no QCG", afirma a defesa.
Foto: arquivo pessoal

Investigação da Polícia Federal
A vereadora, seu namorado Alandilson Cardoso, que está preso em Minas Gerais e seu padrasto Stênio Santos foram indiciados em investigação realizada pela Polícia Federal.
De acordo com a investigação da PF, o padrasto de Tatiana Medeiros - Stênio Ferreira Santos - atuava como intermediador da parlamentar em pagamentos relacionados à compra de votos e à lavagem de dinheiro por intermédio do Instituto Vamos Juntos, fundado por Tatiana.
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Durante busca e apreensão no Instituto Vamos Juntos, a PF encontrou documentos contendo listas de eleitores e um relatório intitulado "Relatório Votos Válidos", que consta registros de pagamentos realizados via pix a lideranças e eleitores. Também foram recuperadas informações destruídas de aparelhos eletrônicos da parlamentar. O juiz também determinou a suspensão das atividades da ONG da parlamentar.
Para a PF, a relação estreita entre Stênio Ferreira Santos, o namorado de Tatiana, Alandilson Cardoso Passos, que está preso em Minas Gerais, e Maria Odélia Medeiros, mãe da parlamentar, reforça a existência de um esquema financeiro para beneficiar a eleição de Tatiana Medeiros.
Segundo a investigação, a compra de votos era no valor de R$ 100 e com transferência via pix.
Em áudio, o namorado informou que investiu R$ 1 milhão na campanha da Tatiana e sugeriu que a facção criminosa tinha uma representante na Câmara Municipal.
Confira a nota da OAB-PI na íntegra
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Piauí informa que requisitou informações oficiais à Polícia Militar do Estado do Piauí sobre notícia veiculada acerca de possível conduta irregular praticada por advogado no contexto da custódia de profissional da advocacia em Sala de Estado-Maior.
A OAB/PI esclarece que a Sala de Estado-Maior é uma garantia legal da advocacia, mas não constitui abrigo para práticas que contrariem a ética ou a legalidade.
Após o recebimento das informações, caso confirmada a participação de advogado regularmente inscrito, a OAB/PI adotará as providências cabíveis no âmbito ético-disciplinar.