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Valdelice dos Santos, moradora de Paes Landim (PI), foi uma das vencedoras do Prêmio Nacional de Inclusão Socioeconômica, promovido pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), na categoria Empreendedorismo e Fomento. A premiação reconheceu sua trajetória de superação por meio do trabalho com confeitaria artesanal, iniciado durante a pandemia da Covid-19.

Após o nascimento do filho, Valdelice ficou desempregada e precisou encontrar uma nova fonte de renda.

“Fiquei preocupada. Um dia eu fui dormir na casa dos meus pais e sonhei em trabalhar na área da confeitaria. Acordei com aquilo na minha cabeça e falei para meu esposo que queria fazer um curso para confeiteira. Ele falou que não dava certo, que a gente nem tinha dinheiro para isso, mas eu disse: ‘vou fazer de qualquer jeito’”, relembra.

Determinada, ela encontrou nas redes sociais uma professora de confeitaria de São Paulo e se matriculou em um curso no valor de R$ 800. Quinze dias depois, já recebeu a primeira encomenda.

“Expliquei para a mulher que fazia, mas ainda não estava tão bom. Ela falou que não tinha problema. Fiz o bolo e, logo em seguida, todo mundo ficou postando. Cidade pequena, tudo é novidade”.

Desde então, Valdelice começou a atender pedidos com frequência, conciliando bolos caseiros com encomendas maiores para festas. Mesmo sem ter uma confeitaria própria ou funcionários fixos, ela trabalha de casa e conta com o apoio eventual da filha, das irmãs e do marido.

“Se for para trabalhar o dia todo e a noite inteira, eu trabalho. Às vezes fico até duas horas, três horas da madrugada, e tenho que levantar cinco horas”, conta.

Em novembro do ano passado, Valdelice contratou um crédito de R$ 7 mil por meio do programa Acredita no Primeiro Passo, do Governo Federal.

“Eu não tinha a minha panela que mexia recheio. Ficava praticamente a noite toda fazendo recheio. Com esse dinheiro, comprei a minha panela. Hoje eu falo que ela é minha funcionária. Também comprei outras coisas novas, materiais para continuar trabalhando”.

Com disciplina, ela reinveste parte do lucro na compra de insumos e mantém a rotina de produção.

“O que eu faço hoje, eu sobro um pouquinho ali, sempre vou comprando outras coisas para repor, para no outro dia eu trabalhar”.

A história de Valdelice é um exemplo de como o acesso ao microcrédito e à capacitação pode transformar a realidade de mulheres brasileiras, promovendo autonomia financeira, dignidade e geração de renda por meio do empreendedorismo local.

Saiba mais sobre o programa Acredita no Primeiro Passo

O Acredita no Primeiro Passo é uma iniciativa do Governo Federal voltada à inclusão socioeconômica de famílias em situação de vulnerabilidade, inscritas no Cadastro Único (CadÚnico). O programa promove autonomia financeira por meio de:

• Qualificação profissional
• Acesso ao mercado de trabalho
• Concessão de microcrédito
• Estímulo ao empreendedorismo sustentável

Podem participar pessoas de 16 a 65 anos com cadastro atualizado no CadÚnico. A prioridade é dada a mulheres, pessoas com deficiência, jovens, negros e populações tradicionais.

Para acessar o crédito, o cidadão deve procurar instituições financeiras credenciadas, como bancos públicos ou cooperativas de crédito, e apresentar um plano de uso do recurso, que pode ser investido em insumos, equipamentos ou infraestrutura para o pequeno negócio.

O programa também oferece cursos e assistência técnica, contribuindo para o crescimento sustentável das iniciativas apoiadas.